quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Consequências da criação com apego

 
Você conhece o conceito de criação com apego? Esse conceito vem do inglês "attachment parenting" e significa buscar cuidados com os filhos de forma que eles encontrem um ambiente confortável, carinhoso e saudável para seu desenvolvimento.



Tais cuidados vem desde a busca por um parto que respeite o corpo da mãe e da criança tanto física quanto psicologicamente, buscar amamentação exclusiva até os 6 meses continuando até pelo menos 2 anos, praticar cama compartilhada, buscar formas alternativas à chupeta como alívio do choro e entre outros cuidados desde que o foco seja manter a criança mais segura, acolhida e confortável possível. Mais informações sobre criação com apego dá pra achar em vários blogs maternos, recomendamos esse texto da "Cientista que virou mãe".

Cabe ressaltar que esta é uma forma de ver o mundo e não quero aqui trazê-la como verdade absoluta, assim se você não busca a criação com apego você não é menos pai/mãe que eu ou ama menos seu/sua filho/a. Ressalto ainda que as práticas que listei acima são recomendações e não regras, buscar a criação com apego não é seguir cegamente um monte de regras, ouça sempre sua sensibilidade.

Mas será que esse tipo de criação não é coisas de pais e mães frescos que um dia quando a dificuldade lhes bater a porta não irão seguir os métodos consagrados no senso comum? Será saudável dar tanto "mimo" a uma criança? O que o(a) pediatra diz sobre isso? Quais as consequências para esse tipo de criação.

Responder essas perguntas não é fácil visto que se criou um modelo de desenvolvimento da criança muito mais baseado em marcos do desenvolvimento do que no entendimento da personalidade que está se (de)formando. Ou seja, a preocupação é saber se a criança está andando, falando, comendo sozinha, desfraldando, indo pra escolinha e etc no "tempo certo" sem levar em conta ou sem dar o peso que realmente tem o desenvolvimento da personalidade da criança e o que fazemos para construir tal personalidade.

A criação com apego requer uma preparação para a maternagem/paternagem que começa antes mesmo do nascimento por meio de estudos, leituras e diálogos com outras mães e pais. Esse passo é simples, mas fundamental, pois o senso comum diz que criar filhos é uma "simples" sequencia de alimentar, brincar, trocar fralda e perder noites (em casa e no hospital) e nós, pais e mães "apegados", buscamos compreender cada um destes processos, qual a importância deles no desenvolvimento da criança e de como criar um ambiente onde a autonomia, segurança e o diálogo sejam desenvolvidos e que fuja do "deixe chorar que já vai aprendendo a dureza da vida".

As consequências desse tipo de criação (de forma geral) é uma criança saudável física e psicologicamente,  com poucas noites de sono perdidas, mais autônoma,  mais segura e sociável e que já mostra desde cedo o que quer e o que não quer.

Existem birras, manhas, fugas do script, situações inusitadas, egoísmos e "bota a galinha pintadinha para ela se acalmar"? Sim existe e deve existir, afinal buscar a criação com apego é, sobretudo, buscar uma criação mais humana e por isso com altos e baixo, idas e vindas.
Cama compartilhada e suas variações durante a noite.

Não existe um modelo e nem se pode cair na armadilha do "tudo ou nada", ou seja, não quer ou não concorda com a cama compartilhada, não faça, mas também não precisa deixar de buscar e construir outras práticas que se encaixem na criação com apego, afinal estamos falando de um conceito e não de uma receita.

Por fim termino com uma dica simples (que espero que todo já a façam antes): Conversem desde muito cedo com seus filhos, crie o hábito de explicar-lhes o que pode, o que não pode e o porquê das coisas. Um bebê vai entender isso? Não sei, talvez não completamente mas como saber que ele ultrapassou a fronteira de não entender nada para entender um pouco? Ou de entender um pouco e entender tudo? Pelo sim pelo não converse, sobretudo nos momentos mais tensos, pois cria um hábito saudável além de que a voz do pais e da mãe é uma fonte de segurança que acalma o bebê.

Fonte da tirinha: Parenting Pit

2 comentários:

  1. Olá, meu filho tem 4 meses e meio e pelo que percebi, acho que faço um pouco dessa criação com apego, conceito que desconhecia. Mas é fato que a prática da cama compartilhada me preocupa um pouco. Meu bebê dorme comigo e o pai na cama em situações específicas, como nos dias em que tem reação às vacinas, quando tem um movimento diferente em casa que ele estranha (como quando nos mudamos semana passada e ele dormiu as três primeiras noites conosco). Mas me preocupo com isso, procuro fazer apenas uma ou duas vezes na semana, quando ele está mais insone... Fico com medo de ter dificuldades de colocá-lo pra dormir sozinho quando estiver maior e de perder as oportunidades de namorar um pouquinho que ninguém é de ferro né!! Quero ouvir opiniões. Beijos!

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    1. Nós também descobrimos o termo e o conceito depois de já praticarmos empiricamente a criação com apego, pois durante a gravidez estávamos devorando blogs, vídeos e textos sobre parto. No finalzinho da gravidez e no início da vida de Rosa que começamos a focar na criação.

      Em relação a cama compartilhada, nós só começamos a praticar cotidianamente lá pelos 5-6 meses, antes ela dormia no berço no mesmo quarto que a gente. A questão de desacostuma-la ainda não bateu na nossa porta, mas penso que será bem tranquilo, pois ela é bem dorminhoca e dorme em qualquer canto que a aconchegue e também nunca vi relatos de grandes problemas, geralmente as crianças pedem pra ir pro seu canto.

      Pra namorar a gente usa a criatividade, põe ela pra dormir metade da noite no berço ou na cama que fica no quarto dela, vamos pra outro canto, enfim... nunca foi empecilho.

      Espero ter ajudado :)

      Beijos

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