sábado, 28 de maio de 2011

Viva a tecnologia desnecessária

Por Kalu
A gente engravida. Para quê parir e estragar o corpo? O produto conceptual está pronto em 36 semanas. Unha feita, escova no cabelo, equipe de filmagem. Em 20 minutos nasce um bebê. Uma mãe? Talvez não ainda. Não houve dor, nem contração. O beijinho na mamãe. Nossa é tão bonitinho mas já se foi.
No quarto uma televisão para ver o bebê enquanto a mãe descansa. A anestesia faz efeito, às vezes coça, às vezes dá dor de cabeça. Mas passa. Hoje a pele é colada e não costurada. Chega o bebezinho, dormindo. Lá no berçário deram NAN para a mãe descansar mais um pouquinho.
O bebê não pega o peito. Ele chora, vira de lado. A enfermeira informa sobre a importância da amamentação. Mas ela, mulher moderna, acredita no poder da tecnologia. “Esse papo de aleitamento é coisa para gente pobre que não tem dinheiro para comprar NAN”. Ela compra o leite mais caro do mercado, a mamadeira que imita o peito. Agora ouviu falar do leite encapsulado. Que maravilha! É o fim da escravidão da amamentação.
Tão logo ela pode sair, ir as festas, voltar a academia. Ter vida ativa. Não é do tipo apegada a cria. Os filhos são do mundo, como ela mesma foi.
Começa a introdução de comidinhas com 4 meses. Nada melhor que a papinha. Afinal a multinacional esteve presente no início da vida porque não dar prosseguimento ao enqriquecimento dos bolsos alheios?
Chega a hora de comer comida sólida. Nossa, meu filho não gosta de legumes e frutas. Tudo bem, o achocolatado  tem todas as vitaminas que ele precisa e ainda é gostoso. Para que insistir se ele não gosta? Está tudo empozado.
Essa vida moderna é engraçada. Como é que tem gente que paga caro para ter filho em casa? Que amamenta um filho com mais de 2 anos? Como é que tem gente que não acredita na tecnologia a serviço do homem?
A humanidade chegou até aqui e se desenvolveu graças à força da natureza, aos partos naturais, ao leite do peito, a comida natural. Será que ninguém pensa que por trás deste pensamento tecnológico  existem empresas lucrando com os medicamentos da cesárea, da UTI neonatal, com o leite artificial e os complementos desnecessários? Até quando vamos engolir ser bonecos cujos títeres são as grandes corporações? Acorde! A humanidade e a natureza precisam de consciência.

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